Rio de Janeiro, 21 de abril de 2020
Carolina Maria de Jesus, compartilho com você o "fragmento do dia- dia de uma favela".
" Dia 18 de abril de 2019, hoje acordei com o sol batendo na janela, tudo se encaminha para um dia calmo e ensolarado, mas quando se trata de morar na favela, uma paz pela manhã, nem sempre caminha para a tranquilidade.
Porque ao invés de acordar com o sol batendo na janela, acordamos com uma angústia, uma aflição, uma inquietação dentro do peito, tudo isso se da pelos estrondos da máquina barulhentas que sobrevoa as nossas casas, estremessendo as paredes de concreto, algumas são capazes de fazer mais do que estrondos, caçam humanos, como se fossem bichos selvagens...Eu não acordo as crianças para escola, eu não tomo meu café tranquilo e também não consigo imaginar o sol batendo na janela do meu quarto..."
Carolina, quando li pela 1vez sua obra " Quarto de despejo- o diário de uma favelada", confesso que não contive as lágrimas, suas escrevivencias sobre suas dores, dificuldade, sonhos, esperança, solidão, choros e revolta me amargaram a boca e percorreram nas minhas veias me corroendo.
Milhares de pensamentos invadiram minha cachola, 1960 você já denunciava a realidade de uma "herança de um país escravocrata " de uma desigualdade alarmante que não desintegrou e hoje em pleno ano de 2020 a fome e a desigualdade açolam sem piedade os mais empobrecidos e vulneráveis.
Atualmente busco nos seus escritos, no seu legado de mulher negra, escritora, a força os meu achados, achados esses que me permitem lutar pelos direitos " básico e digno dos seres humanos "um trabalho de resistência de desconstrução dos silenciamentos e ocultamentos dos nossos irmaos que foram de forma perversa apagados das historias.
Hoje realizo um trabalho Litérario de incentivo à leitura, trazendo para os pequenos e jovens referências de escritores, heróis, dançarinos, atores e cientistas negros, que fizeram e fazem parte da construção histórica dessa sociedade.
Deixo aqui, um abraço bem apertado e um beijo estalado e uma imensa GRATIDÃO!
Estamos na LUTA, Ellen
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