quarta-feira, 30 de março de 2022

Adeus 22M22



 " O Dia do  Adeus!"
O tempo congelou por algumas horas,  O ar reprimiu as narinas  dificultando toda a respiração. O coração  acelerarava com força, dando um  movimento que estremecida toda cavidade  do corpo, que naquele momento só  implorava por um abraços e por calma. 
Batalhões de  pensamentos duelavam entre fagulhas ora flores, ora espinhos tonteando a  mente e baralhando  todos os sentidos...
Diante dessa aglomeração insana, se nutria o medo, a  incerteza e à ansiedade, que fustigava a carne  do corpo contorcendo e magoando a alma. A força era tão brutal que dos poros expeliam líquido  vulcanizados que ardiam toda camada aveludada da pele. ..
O  momento chegou, o relógio parou o suor gelado por alguns segundos , das fendas dos lábios um quente ar ofuscava o brilho do olhar. 
As mãos trêmulas acariciava lentamente o ondular do ventre se preparando para  o adeus...
Desnudei-me, sentei sobre a cama fria, o ar nevado borrifava sobre minhas costas, Enquanto caminhava os  meus olhos  vagos em busca de qualquer  mão acolhedora,  naquela sala vazia, de cor fria, sem alegria,  que pálidava qualquer  pensamento que ousavasse a preencher- me de luz...
Toc toc toc ,o ranger da porta , eis que surge um olhar  habituado e normal, que mesmo  enaltecendo de pequenos elogios, farpavam  fios de indiferença até o desaparece por aquela porta cinza, fria, daquele quarto vazio...
Devolvo o olhar  esvaziado para ele, meu companheiro, parte de mim, parte da minha evolução,  o gerador de vida, de cada conhecer meu... Pequenos  rios se fundam em águas salgadas, armargas e profundas dos  meus eus...
Três batidas na porta e um chiar perturbador,  dois rostos magros, palido de  sorrisos metálicos, me convidam a subir na cama móvel, fria e de cor apagada...Subi, sem dirigir uma palavra, só emanava ao universo um sentido positivo e florido pra aquecer a alma que necessitava do quentinho  do sol.
O caminho era estreito,  cinza, frio, sem pulsação de vida, ouvia se apenas o silêncio e os das rodas que atritavam  o saguão envolvendo- se numa  orquestra agonizante ... 
Ah! A sala dolorida, da tão esperada despedida...Homens de roupas verdes, tocas e máscaras atravessavam meu caminho...A britadeira abraçava- me e a agitação percorria por todo meu pensamento..Chegou o momento,  mas alguns arrastas e pufff...Uma luz forte adentrou o profundo  dos olhos e todos os  sentimentos ávidos,  uniram-se , abrancaram-se e acalentaram- se  uns aos outros...Diante de tantas questões e incertezas,  uma mão quente abraça minha alma só, acaricia, tranquiliza e, se humaniza. Seus olhos de jabuticaba delineado me fitavam com sororidade,  seus sussurros percorriam  como músicas clássicas aos meus ouvidos..."Vai ficar tudo bem"..." respira," nos estamos aqui"..."agora vc vai dormir " Os olhos embaçaram e o escuro beijo me me acolchoado nos braços  do sono profundo...
 O tic tac do relógio girou bem de vagar por algumas horas. Bem de longe os  ouvidos despertaram- se  aos ruídos, das cortinas dos olhos frestas de luzes  adentrava acariciando e despertavam a alma, o coração, agora calmo, olhavam os vultos esverdeados que passavam espiavam e sorriam,  "está tudo bem"...
O adeus a ele, agora se torna mas do que parte da minha existência e eessência...
Uma nova fase, uma nova historia daqui por diante.
Adeus...

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